Nossa Senhora da Saúde

Nossa Senhora da Saúde
Este Ícone de Nossa Senhora da Saúde minha mãe o adquiriu no ano que eu nasci (1946) e está comigo até hoje.

sábado, 15 de agosto de 2015

Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete

Achei muito interessante esse texto extraído do livro “O Arroz de Palma”, de Francisco Azevedo e queria muito compartilhar com vocês.


“Família é prato difícil de preparar. São muitos ingredientes. Reunir todos é um problema…Não é para qualquer um. Os truques, os segredos, o imprevisível. Às vezes, dá até vontade de desistir…Mas a vida… sempre arruma um jeito de nos entusiasmar e abrir o apetite. O tempo põe a mesa, determina o número de cadeiras e os lugares. Súbito, feito milagre, a família está servida. Fulana sai a mais inteligente de todas. Beltrano veio no ponto, é o mais brincalhão e comunicativo, unanimidade. Sicrano, quem diria? Solou, endureceu, murchou antes do tempo. Este é o mais gordo, generoso, farto, abundante. Aquele, o que surpreendeu e foi morar longe. Ela, a mais apaixonada. A outra, a mais consistente…Já estão aí? Todos? Ótimo. Agora, ponha o avental, pegue a tábua, a faca mais afiada e tome alguns cuidados. Logo, logo, você também estará cheirando a alho e cebola. Não se envergonhe de chorar. Família é prato que emociona. E a gente chora mesmo. De alegria, de raiva ou de tristeza. Primeiro cuidado: temperos exóticos alteram o sabor do parentesco. Mas, se misturadas com delicadeza, estas especiarias, que quase sempre vêm da África e do Oriente e nos parecem estranhas ao paladar tornam a família muito mais colorida, interessante e saborosa. Atenção também com os pesos e as medidas. Uma pitada a mais disso ou daquilo e, pronto: é um verdadeiro desastre. Família é prato extremamente sensível. Tudo tem de ser muito bem pesado, muito bem medido. Outra coisa: é preciso ter boa mão, ser profissional. Principalmente na hora que se decide meter a colher. Saber meter a colher é verdadeira arte.

As vezes o ídolo da família, o bonzinho, o bola cheia que sempre ajudou azedou a comida só porque meteu a colher. O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da família perfeita. Bobagem. Tudo ilusão. Família é afinidade, é à Moda da Casa. E cada casa gosta de preparar a família a seu jeito. Há famílias doces. Outras, meio amargas. Outras apimentadíssimas. Há também as que não têm gosto de nada, seria assim um tipo de Família Dieta, que você suporta só para manter a linha. Seja como for, família é prato que deve ser servido sempre quente, quentíssimo. Uma família fria é insuportável, impossível de se engolir.
Enfim, receita de família não se copia, se inventa. A gente vai aprendendo aos poucos, improvisando e transmitindo o que sabe no dia a dia. A gente cata um registro ali, de alguém que sabe e conta, e outro aqui, que ficou no pedaço de papel. Muita coisa se perde na lembrança. O que este veterano cozinheiro pode dizer é que, por mais sem graça, por pior que seja o paladar, família é prato que você tem que experimentar e comer. Se puder saborear, saboreie. Não ligue para etiquetas. Passe o pão naquele molhinho que ficou na porcelana, na louça, no alumínio ou no barro. Aproveite ao máximo. Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete.

sábado, 8 de agosto de 2015

Cardeal Müller adverte o perigo de adaptar a Igreja ao estilo de vida pagão


Cardeal Gerhard Müller - Foto: Daniel Ibáñez (ACI Prensa)

WASHINGTON DC, 04 Ago. 2015 / 12:30 pm (ACI).- O Cardeal Gerhard Müller, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, falou firmemente contra os intentos por adaptar os ensinos da Igreja a estilos de vida pagãos que se difundem na sociedade de hoje, pois introduz a arbitrariedade e o subjetivismo.

Numa entrevista ao jornal Católico ‘Die Tagespost’, no dia 6 de junho, o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé explicou que colocar "qualquer forma de vida" ao mesmo nível das escrituras e da tradição "não é mais do que a introdução do subjetivismo e arbitrariedade embrulhados numa terminologia religiosa sentimental."

Os comentários do cardeal foram em parte vistos como uma crítica ao recente "concílio sombra" em que Bispos e especialistas da Alemanha, França e Suíça se encontraram em Roma, no dia 25 de maio, para discutir como a Igreja poderia adaptar a sua pastoral às experiências de vida dos dias de hoje, especialmente no que toca à ética sexual.

Segundo o site austríaco Kath.net, o Bispo de Osnabrück (Alemanha), Dom Fraz-Josef Bode, participante nesse encontro e um dos representantes do episcopado alemão no próximo Sínodo da Família, disse à imprensa que “as ‘formas de vida’ das pessoas deviam ser uma fonte de informação para as verdades morais e dogmáticas”.

Entretanto, o Cardeal Müller assinalou que estas "formas de vida" podem muitas vezes ser altamente pagãs e que a fé não pode ser resultado de um acordo entre ideias cristãs, princípios abstratos e a prática de experiências de vida pagãs.

Ele acrescentou que Roma vai apoiar a liberdade e responsabilidade dos Bispos, mas que isto vai ser ameaçado por "nostalgias de Igrejas nacionais e pela discussão sobre a aceitação de aspectos sociais."

O Cardeal alemão também disse que o Papa Francisco convidou cada bispo no Sínodo de Outubro como "testemunha e mestre da fé revelada”.

Sobre a controversa reunião privada realizada em Roma, o Cardeal disse que está certo trocar informações sobre qualquer assunto importante. Mas, acrescentou que não se pode controlar a verdade. Se este princípio fosse adotado e considerado verdade pela Igreja, levando-a a tomar decisões com base na opinião pública, a Igreja seria "abanada até às suas fundações", advertiu

O Cardeal Müller recordou que a Igreja Católica é mãe e mestra de todas as igrejas, é quem ensina e não quem é ensinada. "Ela não precisa de ninguém para lhe ensinar a fé verdadeira, porque é nela que a tradição apostólica tem estado fielmente guardada e onde será sempre preservada."

Dignidade do matrimônio cristão

Junto à defesa que o Cardeal Müller fez da doutrina católica, o Cardeal Ennio Antonelli, Presidente Emérito do Pontifício Conselho para a Família, publicou o documento “Crise do matrimônio e da Eucaristia”, no qual oferece sua contribuição ao próximo Sínodo dos Bispos, a ser realizado no mês de outubro e analisará diferentes temas, tal como a comunhão aos divorciados em nova união.

Assim, este documento é a reposta do Cardeal diante da proposta de algunscardeais, como por exemplo o alemão Walter Kasper. Ele não foi mencionado no texto, mas há algum tempo promove que o Vaticano modifique os ensinamentos da Igreja, para que seja permitida a comunhão dos divorciados em nova união.

“O matrimônio sacramental, rato e consumado, é indissolúvel por vontade de Jesus Cristo. A separação dos cônjuges é contrária à vontade de Deus”, recordou o Cardeal Antonelli.

Por isso, “a nova união de um cônjuge separado é ilegítima e constitui uma grave desordem moral permanente; cria uma situação que contradiz objetivamente a aliança nupcial de Cristo com a Igreja, que tem seu significado e atuação na Eucaristia”.

Por esta razão, indicou o Cardeal, “as pessoas divorciadas que se casaram novamente no civil não podem receber a Comunhão Eucarística, principalmente por um motivo teológico e também por um motivo de ordem pastoral”.

“Se fosse permitida a Comunhão aos divorciados em nova união, os fiéis seriam induzidos ao engano e confusão a respeito da doutrina da Igreja sobre a indissolubilidade do matrimônio”, indicou o Cardeal e recordou ainda que estas pessoas devem ser acolhidas pastoralmente para que saibam que apesar de sua situação irregular, continuam fazendo parte da Igreja.